Inovação com execução estratégica
Em workshop oferecido a integrantes do programa Soja Sustentável do Cerrado, Advisor de Estratégia e Inovação Digital da Cargill mapeia os estágios de implementação de uma iniciativa, da ideia inicial à escala da solução.
Que impacto sua inovação pode trazer para uma cadeia de suprimentos da soja sustentável? Qual mudança de paradigma a solução oferece ao mercado? Como ganhar escala e fazê-la gerar transformação no ecossistema do agronegócio? Esses foram alguns dos pontos que serviram de fio condutor para o workshop de inovação em novos negócios realizado nesta quarta, 10, com startups do Programa "Soja Sustentável do Cerrado", na sede da AgTech Garage. Facilitada por João Carvalho, Advisor de Estratégia e Inovação Digital da Cargill, a oficina levantou algumas questões chaves para os empreendedores fazerem seus projetos saírem do papel e chegarem ao mercado. Participaram do encontro sete startups – Agrorobótica, AgTrace, Brain Ag, BrCarbon, Forestmatic, Plantem e Um grau e meio – responsáveis pelo desenvolvimento de três soluções em processo de validação de hipóteses e de geração de valor e impacto.
“Não é fácil inovar. Na falta de soluções prontas, temos que fazer acontecer”, afirma João Carvalho. Para construir uma trajetória de sucesso, a startup precisa cumprir etapas de elaboração do projeto, começando por entender o que é valor para o cliente, reconhecer suas principais dores e por onde começar a atuar. Feito o mapeamento inicial, é a hora de identificar o problema e construir as hipóteses do que é prioritário resolver e em qual ponto fraco atuar para transformar a cadeia de negócios. Neste estágio, a startup já pode construir experimentos e métricas de sucesso, com validação calculada em forma de cliente, quantificação de custo para a solução e impacto para o ecossistema. Este é o momento, portanto, de ir para o mercado em busca de novas oportunidades para escalar o negócio.
Da ideia inicial à solução para o mercado, é importante não perder de vista a necessidade de fazer a diferença para o cliente tomar a decisão, contratar o serviço e gerar transformação no ecossistema do agronegócio. O sucesso do projeto é proporcional à clareza do resultado a ser alcançado: soluções mais específicas, com resultados quantificáveis e impacto na cadeia de negócios saem na frente na disputa por um lugar no mercado. “Pensar em soluções socioambientais responsáveis, capazes de contribuir para uma cadeia de suprimentos da soja sustentável, também é abrir mercado. No cenário atual, a performance socioambiental é uma grande oportunidade de negócios”, afirma o diretor do Land Innovation Fund, Carlos E. Quintela.
Resultado da parceria entre o hub de inovação AgTech Garage e o Land Innovation Fund, com apoio estratégico EMBRAPII - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, o programa "Soja Sustentável do Cerrado" aproxima o que há de mais moderno em pesquisa e desenvolvimento entre as startups à produção científica acadêmica em prol de projetos inovadores para a cadeia de suprimento da soja livre de desmatamento. Desenvolvido em quatro ciclos, o programa conta com recurso inicial de R$2,2 milhões para apoio às startups, com a possibilidade de aumento de receita a partir da entrada de novos parceiros interessados em apoiar o ecossistema de inovação do agronegócio.
Atualmente, além das sete startups que participaram do workshop e vão receber apoio financeiro por suas soluções, fazem parte do programa as empresas SafeTrace, Quiron e Scicrop. De monitoramento ambiental ao tratamento do solo, passando por restauração ecológica, inteligência artificial, soluções de big data, quantificação de carbono e rastreabilidade na cadeia da soja, as dez startups selecionadas nos dois primeiros ciclos do Programa “Soja Sustentável do Cerrado” apresentam propostas que auxiliam na mitigação de alguns dos maiores desafios da agenda de sustentabilidade da contemporaneidade. O terceiro e quarto ciclos para a entrada de novas empresas serão abertos no próximo ano.