Boas Práticas Agrícolas e Sequestro de Carbono
Da teoria à prática: boas práticas agrícolas e sequestro de carbono para aprimorar a conservação e a restauração do Gran Chaco.
O Gran Chaco é uma das maiores regiões florestais da América Latina, mas a expansão da fronteira agrícola ameaça a conservação da vegetação nativa e compromete o balanço de carbono, com impactos ambientais e econômicos negativos para a região. Sob a coordenação da Fundação ProYungas, em parceria com Associação Argentina de Produtores de Plantio Direto (AAPRESID) e Fundação Moisés Bertoni, o projeto apoiará a adoção de boas práticas agrícolas e estimulará a conservação e restauração da vegetação nativa em fazendas de soja do bioma Gran Chaco, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e a valorização da floresta em pé.
O projeto será implementado em cinco sítios pilotos de soja na Argentina e no Paraguai, abrangendo pelo menos 150 mil hectares, onde serão realizadas: 1) a quantificação de carbono da atividade produtiva; 2) a avaliação do estoque de carbono da vegetação nativa das propriedades; 3) a classificação por categoria - se emissor de carbono, carbono neutro ou sumidouro de carbono); 4) o desenvolvimento de um projeto de compensação de emissões de carbono da área de vegetação nativa, com credenciamento internacional e 5) o desenvolvimento de uma plataforma de informação online que garanta transparência aos projetos e contribua para a sua disseminação.
Os sítios pilotos serão selecionados a partir da contribuição e expertise da Aapresid, na Argentina, e da Fundação Moisés Bertoni, no Paraguai, visando estimular o trabalho em sinergia entre diferentes organizações da sociedade civil e os produtores rurais. Com a iniciativa, as instituições parceiras pretendem estimular a gestão agrícola responsável da fazenda como um todo, contribuindo para o equilíbrio de carbono, a mitigação das mudanças climáticas e para novas oportunidades de negócios em sintonia com a crescente demanda internacional por uma produção agrícola sustentável e livre de desmatamento.
AVANÇOS DO PROJETO:
Até o final de 2022, foram selecionados os 5 sítios-piloto: 3 na Argentina e 2 no Paraguai, que são espaços produtivos contendo áreas silvestres mistas que representam oportunidades de conservação. Os locais são compostos por 12 produtores e, no total, cobrem uma área de aproximadamente 155.000 ha, dos quais 55% são áreas produtivas e 45% áreas naturais.
O projeto contempla o cálculo da pegada de carbono da atividade produtiva, a medição do estoque de carbono nas áreas de produção e silvestres, por meio de amostragem de solo, inventário florestal e monitoramento da biodiversidade, estudos que já estão em andamento em vários sítios-piloto.